Como se Defender do Assédio Moral no Trabalho

Autora

Giorgia Matos

0

Você já foi vítima de assédio moral no ambiente de trabalho?

Talvez a resposta imediata seja “não”, mas muitas pessoas não sabem o que significa realmente assédio moral, pensando tratar-se de assédio sexual. Claro que uma coisa não exclui a outra, mas o assédio moral em si tem um significado peculiar e que merece ser entendido para que as pessoas não se tornem vítimas de maus tratos ocasionados por seus chefes e achem que esse comportamento é normal. Que são comportamentos inerentes ao trabalho e o empregado tem a obrigação de aceitar sem contestar.

Você já foi excluída de algum evento em seu trabalho? Sofre desrespeito constantemente por seu chefe ou algum outro colega? Seu tempo de uso ao banheiro é cronometrado?

Essas e muitas outras situações demonstram que está ocorrendo Abuso Moral no ambiente de trabalho e não deve ser tolerado.

O que ocorre é que muita gente não tem conhecimento desse comportamento, ou seja, não sabe exatamente o que faz parte das exigências do emprego e o que está excedendo, causando, assim, constrangimento, humilhação e desrespeito.

Esse momento em que estamos vivendo atualmente, com vários meios de comunicação disponíveis para o esclarecimento dos mais variados temas, está fazendo com que mais pessoas busquem seus direitos e isso é uma maneira de tolher o empregador mau caráter, pois ele sabe que cada vez menos ele vai ficar impune.

É importante que fique bem claro o que é assédio moral, quais as consequências desse comportamento, como ele interfere no ambiente de trabalho, como pode o empregado se defender sem perder o emprego e como restabelecer sua saúde emocional que fica seriamente comprometida.

O que é Assédio Moral?

Bossing, bullying, mobbing, stalking… são várias denominações que os brasileiros utilizam para resumir um só comportamento: assédio moral.

Bossing significa uma ação estratégica do empregador em relação ao empregado que ele quer demitir, sem pagar os custos que lhe são de direito no caso de uma demissão desmotivada.

Aí ele age como? maltratando psicologicamente o empregado para forçá-lo a pedir demissão, isentando o empregador de arcar com as despesas obrigatórias por lei.

E não pense que essa situação é rara. Infelizmente ela faz parte da realidade de muita gente, que não aguentando a pressão, vê-se obrigada a pedir demissão.

Bullying é intimidar, mediante agressão física ou psicológica, deixando a vítima aterrorizada e humilhada. Acontece não só em ambiente de trabalho, como na escola, praças e no seu bairro.

Stalking o brasileiro adotou para aquela pessoa que fiscaliza, por causa de seu ciúme patológico, as redes sociais do seu parceiro. Mas existe stalking também para o empregado, pois aquele que se sente perseguido, cobrado e exigido em excesso está sendo vítima de agressão psicológica.

A expressão mobbing é usada com o sentido de pressionar, perseguir ou isolar uma pessoa do grupo. Um empregado pode ser pressionado a fazer alguma coisa contra sua vontade ou pode ser perseguido por um chefe. Pode ainda ser isolado do grupo, não participando das atividades internas e extra-laborais.

Juntando todos esses conceitos, dá no mesmo: é aquele chefe, ou pessoa de nível hierárquico superior, que tenha atitudes grosseiras, tirânicas e opressoras.

É aquele que ameaça o funcionário de forma clara ou sutil, que intimida-o para que ele não cresça na empresa, que persegue, isola e humilha.

É também aquele que dê tarefas com prazos impossíveis de serem cumpridas, que faça brincadeiras preconceituosas, ofensivas, inclusive de teor sexual.

Sem esquecer os boatos maliciosos que ofendem a honra do empregado.

E não para por aí. Tem vários outros exemplos de maus tratos no trabalho que caracterizam assédio moral, inclusive controlar horário de entrada e saída ao banheiro.

Lembrando que elas tem que ser regulares, constantes. Se ocorreu um fato isolado em algum momento, não caracteriza o assédio. Humilhação e constância são as palavras-chave nesse caso.

Você se viu em algumas dessas situações?

Quais as Consequência do Assédio Moral no Trabalho

Como pode o empregador, o chefe ou o gestor cobrar produtividade em um ambiente de trabalho hostil, em que o empregado não pode – porque está constantemente sob pressão – e não quer – porque trabalha desmotivado – dar, ali, o máximo de sua produtividade?

O empregado não atingirá de forma alguma a sua potencialidade porque não quer e porque não consegue, diante de tanta pressão psicológica.

Criam-se funcionários, servidores, empregados psiquicamente doentes, com baixa autoestima e desmotivados para o trabalho.

Isso faz com que sua capacidade laboral seja mínima e os afastamentos por motivo de doença disparem.

Como se defender do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho?

É muito complicado reagir a uma agressão de um chefe ou superior, já que isso pode levar a uma demissão. É compreensível que muita gente demore para tomar uma atitude. É compreensível mas não é aceitável.

Emprego está difícil, mas a saúde mental é mais importante.

Sem saúde você não rende nem no emprego atual, nem em outro emprego. Isso porque diante de tantas agressões psíquicas, a pessoa muda. Seu temperamento muda.

Você se tornará uma pessoa insegura, com baixa autoestima e complexos.

Isso sem mencionar que pode ser gerada ainda uma crise de ansiedade, depressão e até mesmo comportamento suicida. Não é raro se ouvir falar sobre uma tentativa de suicídio ocasionada por abuso moral no ambiente de trabalho. As pessoas estão fragilizadas e às vezes não tem a quem recorrer.

O que pode ser feito para sanar o abuso no trabalho é ter uma conversa amigável, a princípio. Mostrar ao superior hierárquico, agente das agressões, que você não está confortável com a situação e que não vai tolerar. Ele, o chefe, precisa saber que as atitudes dele estão desagradando e que estão causando muito mal, inclusive no rendimento laboral.

O que tem que se ter em mente é que a saúde psíquica deve ser levada em consideração. Você, o ofendido, fica tão desestabilizado com as agressões que as consequências podem durar a vida toda, comprometendo todo o futuro profissional, e, na maioria das vezes, até o pessoal.

Quanto à conversa que seria interessante ter com o seu superior, nem sempre ela é recebida de forma amigável e aí o jeito é partir para algo mais truculento, como a justiça.

Além do boletim de ocorrência, da denúncia, da justiça, da reparação do dano moral em uma ação de indenização e a reintegração no emprego em caso de demissão, a vítima desses maus tratos deve procurar também ajuda terapêutica para não deixar que esses comportamentos abusivos fiquem marcados em sua personalidade, comprometendo sua autoestima.

Empregadores e empregados tem que trabalhar justos por uma única causa: rendimento no ambiente de trabalho. Isso sendo conduzido de forma saudável em que todos tenham compromisso com o cargo a que foram atribuídos.

Livros à venda:

Ciúme Patológico, Passando dos limites. Um sentimento que constrói e destrói.

Carência Afetiva Infantil. A síndrome do abandono vivida por crianças e adolescentes e as consequências para a vida adulta.

Siga-me nas Redes Sociais: Instagram e Youtube

Agendamento de atendimento on-line: [email protected]; (81)9-8401-0101


por

Giorgia Matos

11/02/2019

0

Deixe um comentário

Seu email não será publicado.

{"email":"Email address invalid","url":"Website address invalid","required":"Required field missing"}