Estranho isso, não é mesmo?
Na verdade, nem tanto. É mais comum do que você imagina.
Esse assunto é um pouquinho mais formal, porque o tema requer certa seriedade, por mexer na ferida de muita gente.
São muitos e muitos os casos de mulheres (pode ser o seu) que permanecem com seus maridos por inúmeros motivos mas que, no fundo, não o amam mais.
E elas sentem ciúmes deles? A resposta é sim, de uma certa forma. E em alguns casos chega até a ser um ciúme doentio, daqueles em que a fiscalização é constante e perturbadora.
Aí você pergunta:
A resposta está bem clara, mas algumas pessoas não querem ver. Tudo gira em torno do MEDO.
Medo de ficar só e não conseguir outro companheiro; medo do sentimento de abandono; medo do desconhecido; medo de sair da zona de conforto; medo dos problemas financeiros que possam surgir e a consequente perda da qualidade de vida.
Existem, ainda, outras questões: a insegurança; os filhos; a casa; os bens, e até medo de surtar. Acredite, muita gente acha que não conseguiria viver só, e se apega a um relacionamento frustrado e fracassado para não sofrer as consequências que um rompimento traz.
E tudo isso é um tabu, e não é de se espantar. Porque: quem vai admitir algo desse tipo? Lógico que isso causa um constrangimento compreensível.
As pessoas falam na sala do psicanalista, mas quem está fora do setting analítico não faz a menor ideia do que se passa na vida do casal. Às vezes nem mesmo o marido suspeita do que está acontecendo.
É surpreendente a quantidade de mulheres nessa situação. E se acomodam.
Apenas vivendo e convivendo de forma harmoniosa, cumprindo um papel que a sociedade impõe.
E o pior: quando, de alguma forma, essa realidade vem à tona, elas mesmas recuam. O medo novamente impera. Sair da zona de conforto não é algo fácil.
É uma vida regada a mentiras, frustrações, ciúmes, constrangimento e dor.
Você sabia que tem gente que dorme com seus filhos com a desculpa: “me preocupo com que algo possa acontecer à noite e eu não esteja por perto”, quando na verdade está evitando o toque do companheiro. Está evitando que ele a procure para namorar.
Às vezes há a relação sexual, mas tida como uma obrigação, quase como um estupro, uma verdadeira exploração do corpo da mulher.
Um sexo calado, indesejado. E um sexo calado dificilmente é um sexo verdadeiro.
Algumas mulheres usam estimulante sexual, para manter as aparências, para sentir um “desejo” pelo marido que há muito já se acabou, no intuito unicamente de segurar o relacionamento fracassado e desgastado. Isso causa um esgotamento inimaginável.
Aí você pergunta novamente:
O ciúme surge como um embotamento, uma confusão de sentimentos. Ela pode até pensar que ama, porque “sente” ciúmes, no entanto a mulher só tem medo. Medo das consequências de um rompimento.
A dor e o sofrimento que uma separação causam.
O ciúme está aí disfarçado de uma série de sentimentos: MEDO, ANGÚSTIA E ATÉ PAVOR.
Talvez ela nem saiba disso, talvez seja inconsciente. E até ela descobrir já se passaram anos e anos em que a mulher não aproveitou a vida em sua plenitude.
Há mulheres que tem verdadeiros rompantes de ciúme. Quem vê acredita que realmente é amor. Até ela mesma acha que é. Mas não passa de um engano, uma confusão, um equívoco.
O que se sente nesse caso não é ciúme genuíno, é um sentimento de posse, de dominação. “Você pertente a mim, eu não vou abrir mão de você!”
É um contrassenso, mas é a pura realidade. E muitos casais vivem assim.
Um diálogo aberto com o parceiro, sem preconceitos, sem receio, sem medo de julgamentos e sem reservas é essencial para que o casal tome uma decisão definitiva em suas vidas. Algumas pessoas acham isso um obstáculo intransponível. Mas não é. Não tenha receio.
O importante é não ter medo do futuro, das desavenças, dos obstáculos que você terá que enfrentar.
Com certeza viver assim não é a melhor solução. Nem para o casal, nem para os filhos, que conseguem captar a harmonia ou desarmonia de uma casa (e você nem imaginava isso!).
A vida é curta e não vale viver assim: sem paixão, sem desejo e com um sentimento de posse disfarçado de ciúme.
Se esse for o seu caso, tenha coragem. E se não tiver, procure ajuda profissional. Nós saberemos te ajudar a encontrar o melhor caminho.
E o melhor caminho não precisará ser, necessariamente, uma separação, um rompimento ou um divórcio. O casal pode até descobrir que outros fatores estão prejudicando a relação e levando a união a um esgotamento emocional. Se esse for o caso, será necessário trabalhar (sozinhos ou em análise) uma solução para esse problema.
Pare, pense, escute.
Não se engane. Não perca tempo.
Diga SIM à vida.
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