Bem-Estar Mental em Tempos de Isolamento Social

Autora

Giorgia Matos

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Sim, um ser minúsculo, invisível, infinitamente menor que o ser humano está colocando marmanjões enormes prostrados em uma cama, indefesos.

Hoje, maio de 2020, estamos lutando com todas as armas que temos contra um vírus desconhecido e letal que não escolhe raça, gênero, ideologias, poder econômico e classe social. Todos estamos sendo atacados por um ser que de insignificante não tem nada.

Diante da dor na garganta, febre, dores no corpo, perda do olfato e paladar, falta de ar e pneumonia, estamos fazendo a única coisa que podemos: mantendo distanciamento e isolamento social.

Isso mesmo, infelizmente a única arma que temos hoje para evitar a proliferação do vírus e o contágio em massa é ficarmos longe das pessoas.

E como cumprir tão árdua tarefa, já que somos seres gregários – sem sucumbir?

Estamos isolados, trancados em casa, sozinhos, apáticos, esperando que alguém descubra uma fórmula mágica para nos tirar de tal situação.

Nossos filhos estão estressados, nervosos, impacientes, sem poder correr, brincar e ver os amiguinhos. Temos que conseguir forças de onde algumas vezes nem temos, para não deixar que eles desenvolvam quadros ansiosos.

Com o isolamento social muitas emoções estão aflorando. Algumas positivas, como o maior contato familiar, para pais que trabalhavam o dia todo e terceirizavam a criação dos filhos.

Mas, infelizmente, emoções negativas também afloram, como o maior convívio com cônjuges violentos.

A equação está equilibrada. Mas, o que fazer para desequilibrar essa equação e deixar o lado positivo pender mais forte?

Como fazer para o isolamento social não manifestar doenças secundárias, em meio às incertezas que estamos vivenciando?

Em primeiro lugar temos que ter em mente que tudo é temporário. Estamos passando por um momento atípico e que terá fim logo, como foram todas as outras epidemias e pandemias. O mais sensato a se fazer é tentar ter calma e esperar tudo fluir.

Mas nem sempre é fácil e nem sempre um conselho superficial fará qualquer tipo de efeito diante do turbilhão de emoções que nos acomete diariamente.

Eu poderia dizer: cuide da sua alimentação para sua imunidade não baixar; faça mindfulness (técnica da atenção plena); faça yoga com aulas do youtube; tome melatonina para regular seu sono; faça uma videoconferência com seus amigos e parentes; reinicie seu antigo projeto que está parado há anos; faça terapia on-line ou participe de um grupo de ajuda e pare de ver fake news, elas só apavoram.

São conselhos bons e que merecem atenção. Mas quero falar sobre autoconsciência – é a consciência sobre si mesmo. Pare um instante e veja como você está se sentindo e se você está com medo ou pânico.

Porque o medo é normal, é um sentimento responsável e que vai fazer termos os cuidados básicos que necessitamos nesse momento. Sem ele estaríamos desprotegidos, pois ele é fundamental para nossa sobrevivência. Ele não é patológico, é uma atualização da prudência e cautela. É ele que vai fazer ficarmos em casa, protegidos.

No entanto, medo é diferente de fobia, terror, pânico. Com o medo raciocinamos e agimos normalmente. Na situação de pânico congelamos, não agimos e não raciocinamos.

Se a situação é de pânico, uma boa técnica de resposta imediata é fazermos o exercício da respiração em 3 tempos: inspiramos com o nariz contando até 3, seguramos a respiração por 3 segundos e expiramos pela boca por mais 3 segundos. Essa é uma técnica utilizada para pessoas que tem ataques de pânico e precisam recobrar o controle imediatamente.

Mas como provavelmente o pânico não é o caso no momento, já que passamos por um momento delicado e que gera, de fato, ansiedade em maior ou menor grau, devemos nos ater às recomendações da Organização Mundial de Saúde, procurarmos manter uma rotina de atividades diárias saudável e ajudar a quem precisa – física e mentalmente.

Fazendo nossa parte só podemos esperar o melhor, tendo em mente que tudo é passageiro e todos estamos no mesmo “barco”.

Esperar é a palavra de ordem hoje. Ter calma, paciência, usar as armas que temos para passar por essa guerra da melhor forma possível, ajudando nossos pares e tendo a certeza de que dias melhores virão.

Cada dia que passa é um dia a menos nessa tempestade.

Siga-me no Instagram: @giorgiamatos


por

Giorgia Matos

11/05/2020

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