Seu namorado é ciumento? Pois entenda o que se passa com ele e saiba a melhor maneira de agir.
Uma coisa que você tem que entender: ele não é assim porque quer.
Certamente se ele tivesse que escolher entre ser esse namorado enciumado que causa constrangimento à namorada e mal-estar a ele próprio ou ser um namorado tranquilo e equilibrado, seguro e confiante de si, aposto com você que ele escolheria a segunda opção.
Mas não é bem assim que acontece.
Muitos namorados (ou namoradas) não tem o mínimo domínio do seu sentimento e do seu comportamento.
Nem ao menos tem domínio de seus pensamentos.
Ao menor gatilho, ele explode. E com a explosão vem a culpa, vergonha e arrependimento.
Só que às vezes já é tarde demais, o estrago já foi feito.
Você vai precisar entender algumas coisinhas básicas se quiser manter um relacionamento afetivo saudável para ambos.
O que se passa com meu namorado?
Se seu namorado teve um ciúme momentâneo, por algum acontecimento equivocado, que passou rápido e não causou maiores transtornos, não há com o que se preocupar.
Sentir ciúme é normal e faz parte da condição humana.
Claro, desde que na medida certa.
Se ele sente um ciúme exagerado e está fazendo mal ao relacionamento, é hora de ficar atenta.
Há vários indícios que demonstram que seu namorado está passando dos limites, como por exemplo:
- exigir senha do whatsapp e facebook;
- seguir você;
- sentir desconfiança exagerada quando você sai com suas amigas;
- não deixar você ir ao shopping sozinha;
- ligar para você constantemente para saber onde você está;
- certificar-se que você está onde falou que estaria.
A lista é imensa mas dá para ter uma noção do que significa “passar dos limites”.
Esses pensamentos que costumam ser obsessivos, fantasiosos, delirantes, com comportamentos compulsivos de verificação e asseguramento são bastante sérios e necessitam de uma “investigação” para se saber de onde veio tudo isso.
Por que meu namorado é ciumento?
Não é fácil descobrir de onde vem o ciúme e por que seu namorado age assim.
E geralmente há repetição de padrão. Do mesmo jeito que ele age com você, ele agia com as namoradas passadas e agirá com as seguintes.
Entenda que seu namorado pode ter uma autoestima bastante rebaixada, complexo de inferioridade e insegurança. Isso só para citar alguns dos sentimentos que possam estar o acompanhando.
E por que acompanhando?
Porque muito provavelmente isso já vem de longe. De um outro momento de sua vida.
Ele pode ter sofrido Carência Afetiva Infantil; pode ter trauma de traições anteriores; pode vir de lares disfuncionais, com pai hostil e mãe omissa, ou controladora; pode vir de lares com abuso de substâncias tóxicas como álcool e consumo de drogas; pode ter presenciado muitas cenas de ciúmes entre seus pais; pode ter se sentido abandonado por um dos pais, no caso de divórcio ou falecimento…
Enfim, a lista é imensa. E a causa é bem subjetiva.
Ele mesmo pode não estar ciente de que tudo que ele sente teve uma causa primária. Ele pode não saber o que se passa com si próprio. Pode até mesmo achar que tudo que faz é normal.
Uma coisa você tem que ter em mente: lidar com pessoas ciumentas não é assim tão fácil.
Precisa de dedicação de sua parte e comprometimento dele em querer ser ajudado.
Como agir com o namorado ciumento?
Em primeiro lugar, o ideal é você não alimentar esse sentimento destrutivo nele.
Nada de achar “bonitinho” esse ciúme e agir de uma forma provocativa para manter esse sentimento sempre vivo, como se fosse uma prova de amor.
Isso é cruel e sádico.
Seu namorado sofre quando sente ciúme, ele sente uma dor desestruturante.
E se você der vazão a esse sentimento, daqui a algum tempo é você que estará sofrendo também.
Porque ele vai te “acorrentar ao pé da cama.” Você, com o tempo, não vai poder sair com as amigas, ir ao salão de beleza, ir ao shopping, fazer um curso. E fazer uma viagem sozinha, então? Nem pensar.
Por isso, alimentar essa doença não é o melhor caminho. É importante eliminar qualquer forma de controle.
Sem justificativas, sem brigas.
Justificar-se e dar informação de todos os seus passos só irá fortalecer o controle.
O ideal é impor limites, não entrar no jogo, dizer o que está certo e o que está errado.
Posicionar-se. Sem o destratar, sem o humilhar.
Mostre as consequências que as atitudes dele estão causando.
Se ele vier com história de que “quem ama cuida”, procure sentar com ele para conversar.
Quem ama dá espaço, não controla, não persegue, não sufoca.
Não há o que se falar em relacionamento que se sustente nessas bases.
Um vínculo afetivo foi feito para somar e não para subtrair.
Somar alegrias, conhecimentos, vivências, e não para tirar a paz, a tranquilidade, a saúde.
É um equívoco do namorado achar que é dono de você. “Nós somos um só”.
Nada disso. Você é uma pessoa e ele outra. E vocês se uniram para agregar experiências de duas pessoas que não tem ligação natural entre si.
No momento em que seu namorado quer que “você seja ele e ele seja você”, ou seja, que vocês sejam um só, o romance perde a graça, porque ele vai deixar de ver você e vai passar a ver a si mesmo, como se fosse uma imagem refletida, e vice versa.
Aí perde-se a graça, perde-se o encanto.
Então, mostre-o que o que ele tem é uma doença, que não é normal esse ciúme e que nada disso faz bem ao relacionamento.
Que ciúme patológico só causa dor e distanciamento a ambos.
Diga a ele que tem como controlar o ciúme e que ele precisa de ajuda profissional.
Ajudando meu namorado a controlar o ciúme
Primeiramente seu namorado precisa ter ciência de que ele está doente e de que precisa de ajuda.
Sem isso, não há o que fazer, a não ser terminar a relação e “deixar a bronca para a próxima.”
Mas não é isso que você quer. Afinal, você o ama.
Só entenda que os problemas psicológicos de seu amado podem, no futuro, te causar problemas psicológicos também. E até físicos.
De tanto você se sentir perseguida e enjaulada, você pode se tornar uma pessoa medrosa, angustiada e tensa.
Sua vida social pode ficar seriamente comprometida e sua saúde física, idem.
De tanto viver assustada, com medo das reações do namorado, você pode desenvolver uma gastrite ou sentir dores de cabeça.
E, em pessoas pré-dispostas, até síndrome do pânico.
O mais aconselhável seria propor que ele procurasse ajuda de um profissional especializado em saúde mental.
De preferência um psicanalista, que é o profissional que está apto a buscar a causa primária de seus problemas.
Algumas dessas causas estão tão presas no inconsciente dele, tão reprimidas, que só uma boa análise conseguirá fazer emergir o que está mais entranhado em sua memória.
“A pessoa trata você do jeito que você permitir. Não permita. Ajude-o”. (Retirado do livro Ciúme Patológico, Passando dos Limites).
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