Violência Psicológica: o que é e como se defender

Autora

Giorgia Matos

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Você já sofreu abuso psicológico ou conhece alguém que esteja passando por essa situação?

Você sabia que a violência psicológica é tão agressiva quanto a violência física, causando até  piores consequências?

É alarmante a quantidade de pessoas, principalmente mulheres, que sofrem com esse tipo de agressão. Às vezes a vítima nem percebe, achando tratar-se de um comportamento normal.

Ela é agredida verbalmente, insultada, humilhada e pensa que esse comportamento do agressor faz parte do temperamento dele, portanto, uma atitude normal.

E apesar de sofrer com as ofensas, a vítima pensa que é uma situação cotidiana pelo qual todos passam. Só vai reagir e procurar ajuda quando a violência se torna física e não há mais como se defender.

A dificuldade por que todos passam é em identificar a situação de agressão verbal e essa é uma situação que vale a pena ser esmiuçada, porque só assim pode-se reagir a ela.

A violência psicológica de acordo com a Organização Mundial de Saúde

A violência psicológica é tão preocupante que a Organização Mundial de Saúde tem uma definição própria para ela:

Qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.

A violência psicológica na Lei Maria da Penha

Não é só a O.M.S. que trata da questão sobre a relação de violência emocional.

A Lei Maria da Penha, em seu inciso II, do artigo 7º também aborda o assunto, contribuindo como uma forma de coibir a agressão.

Art. 7º. São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.

Como reconhecer o agressor psicológico

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Nem sempre é fácil reconhecer o agressor emocional, que pode ser um homem, uma mulher, a mãe, educadores ou até colegas e chefes do trabalho.

Se há relação de violência emocional deve-se fazer, de imediato, esse comportamento cessar. Não pode haver tolerância, pois esse tipo de atitude é reforçada com a aceitação.

São diversas atitudes que demonstram maus tratos psíquicos, como:

    • Se o agressor gosta de infligir medo, proibindo que o outra saia de casa;
    • Humilha, ofende, debocha ou denigre a imagem de outrem;
    • Quer estar sempre no poder, mandando e exigindo obediência;
    • Intimida o outro, causando medo e constrangimento;
    • Ameaça constantemente e exerce o controle sobre a vida alheia;
  • Manipula, isola da sociedade, explora.

Esses são somente alguns exemplos, mas a lista é enorme. Tudo que faz o outro se sentir inferiorizado, ridicularizado, manipulado e ofendido é tido como tortura psicológica.

E geralmente esses torturadores são homens, por causa do machismo e, principalmente, por relacionar a dependência econômica da mulher como um sinal de submissão.

Há quem diga que os agressores psicológicos são sociopatas. E dá para entender essa denominação, já que são pessoas altamente cruéis, que paralisam suas vítimas com ataques verbais ou comportamentos desumanos.

Outra justificativa seria o caso do carente afetivo, aquele que não recebeu amor, dedicação e carinho na infância e não sabe reproduzir na vida adulta, já que não conviveu com esse tipo de manifestação no dia-a-dia. Geralmente foram crianças negligenciadas, humilhadas e que receberam pouco afeto.

E ainda há casos de outros violentos emocionais que, se achando inferiores à mulher, a depreciam, como forma de se sentirem superiores.

Como se defender da violência psicológica

como se defender da violência psicológica?

Para se defender de um agressor psicológico a primeira questão que se há de ter em mente é: você não está lidando com uma pessoa normal. Certamente ele tem problemas psíquicos e precisa de ajuda.

Mas como a maioria não se dá conta de que está fazendo algo ruim, não procura assistência.

E continua a manipular e prejudicar os outros.

Nesse caso você tem que se defender de outra forma.

E a primeira coisa a se buscar é informação. A desinformação é um fator a mais que faz você tolerar certas situações.

Entretanto, é muito complicado se buscar informação já que a maioria das vítimas termina em um estado de afastamento social, por medo da situação de constrangimento se agravar.

Sendo assim, elas permanecem presas naquela situação, e, às vezes, até presas em uma casa.

As consequências da violência psicológica são diversas. Vai de ansiedade, baixa autoestima, complexo de inferioridade até uma depressão.

Sem esquecer que as vítimas podem apresentar sentimento de medo de relacionamentos que pode até vir a se tornar um pânico.

Ou seja, as consequências são diversas e cada uma mais prejudicial que a outra.

Você tem que procurar ajuda.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) é um ambiente onde você pode receber apoio emocional e orientação, ligando através do número 188, ou diretamente pelo site www.cvv.org.br, para os casos mais urgente.

Depois há que se procurar um acompanhamento psicológico ou psicanalítico para refazer a autoestima que fica seriamente prejudicada.

Quanto ao agressor, se ele não aceitar que tem um problema e precisa de ajuda, o mais sensato a se fazer é manter distância.

Para isso o CVV, um profissional em saúde mental e, às vezes, até a força policial são necessários.

Não se acomode e não deixe sua vida continuar assim. Nem todo mundo tem esse comportamento doentio do torturador psíquico. Muita gente não acredita nisso, mas é a verdade.

O próprio sentimento de culpa que o agressor faz você sentir, fazendo com que pense que é a culpada por ele estar nervoso e tendo comportamentos sádicos, faz você ficar confusa. Não caia nessa. É jogo.

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por

Giorgia Matos

04/07/2018

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  1. Muito bom o breve estudo. Mas o comportamento abusivo é presente em ambos os sexos, com a mesma dinâmica relacional com suas vitimas .

  2. Sofro essa tortura psicológica por parte da minha cunhada que mora na casa acima da minha. Não estou aguentando mais. Tenho Lúpus, sou aposentada por invalidez. E gostaria de saber como posso fazer para denuncia-la e processa-la. Por favor me ajudem.

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